
No dia 14-02-2008 fui convocado para uma reunião, sem conhecimento da sua finalidade.
Peguei numa folha de papel e numa caneta ali à mão, que por acaso escrevia a verde, e fui para a sala. Era por causa da avaliação do desempenho no sector da administração do serviço.
Foi entregue um caderno a cada um para tomar conhecimento dos objectivos pelos quais seriam avaliados em relação a 2007, para preencherem os espaços com os seus dados pessoais e para procederem, cada um, ao registo da sua auto-avaliação.
Ontem fui chamado para tomar conhecimento da minha avaliação de desempenho. Foi-me dito, por exemplo, que tinha sido considerado um acto de rebeldia ter preenchido com caneta de tinta verde. Pensei que, se o serviço não quer que se escreva a tinta verde, não deveria comprar canetas dessa côr.
A fundamentação da classificação dizia apenas: "Deve melhorar nos seus comportamentos éticos e deontológicos perante o serviço e superiores".
Não referia qualquer falha ou atitude menos correcta.
Pensei que falta de ética era não referir os aspectos em que eu pudesse ter falhado.
No espaço para tomar conhecimento havia um espaço para observações, assinar e pôr a data.
No espaço de observações escrevi, a azul:
"Quanto ao meu comportamento perante o serviço e superiores, ao nível ético e deontológico, não fiz nada de moralmente condenável. Pelo contrário, assumi no serviço o desempenho das funções para que fui nomeado, sem ser por elas remunerado, ao contrário de quem foi nomeado juntamente comigo, pelo que a carência de ética está do lado do serviço.
Quanto ao processo de avaliação, por verdade e lealdade, cito a sabedoria popular que refere desgraçado de quem não fica nas boas-graças do chefe, pois fica sugeito à prepotência, arrogância, mentira e desumanização do poder".