sexta-feira, 20 de julho de 2007

A Alice e o Arnaldo

Casados há 42 anos a Alice partiu para o Pai.

Na despedida o Arnaldo disse-lhe:

"Que a estrada se erga para te encontrar.
Que o vento corra sempre de feição.
Que o sol quente brilhe sempre sobre a tua face e a chuva caia suavemente sobre os teus campos.
E que Deus te tenha na palma da Sua mão até nos encontrarmos de novo".



Em nome da Alice, a Iris, uma das suas cinco filhas, diz:


"A Morte não é nada afinal. Fui apenas para outro lado. O que quer que fôssemos antes, ainda o somos. Chama-me pelo meu nome da maneira fácil como sempre o fizeste. Não mudes de tom, nem fales com ar de solenidade ou mágoa. Sorri, como sempre sorrimos como o mais pequeno raio de sol. Continua o teu Caminho, pensa em mim, reza por mim. Deixa o meu nome continuar a ser essa palavra familiar que sempre foi, deixa-o ser dito normalmente sem sombras de tristeza pairando.
A Vida significa tudo aquilo que sempre significou. É o que sempre foi, uma inquebrável continuidade. Porquê estar longe do coração se estou apenas longe da vista? Estou à tua espera, à espera da nossa eternidade, que está cada vez mais próxima e nós não damos conta.
Tudo está bem. Até breve."


Conheci-os numa equipa de CPM.
Eram um casal de (eternos) namorados.
Talvez o casal mais 'namorados' que já conheci.
Contavam a história dos 'belhetinhos' do seu namoro.

Como casal,
o seu namoro não precisava de ser contado: Via-se!

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