terça-feira, 10 de abril de 2007

Ressurreição: Mistério de Fé.(*)


"Acreditar na ressurreição não estava contido na fé com que os discípulos acreditaram em Jesus e na sinceridade com que O seguiram (...) A ressurreição de Jesus foi uma surpresa inaudita de Deus, a exigir uma fé gratuita e desprendida de apoios racionais, só possível com a força de Deus." Da Homilia do Domingo de Páscoa do Patriarca de Lisboa.

Acreditar na Ressurreição -- na de Cristo e na nossa -- é ter a coragem e a ousadia de nos abandonarmos no Amor do Pai. É aceitarmos dar o salto para o inatingível pela inteligência, para o infinito, para a dimensão do espiritual... onde o humano e o divino se entrelaçam.

É aceitar que, para além da nossa inteligência, outra realidade transcendente dá sentido e plena realização à nossa sede e fome de infinito. Essa fome e sede é consequência (e prova?) de termos sido criados à semelhança de Deus: "Deus criou-os -- homem e mulher -- à sua imagem e semelhança os criou".

É uma semente de Deus em cada pessoa: Que em cada um aponta para fora do alcance da sua inteligência e racionalidade.

É acreditar que o humano, aqui e agora, já se entrelaça no divino.
Criado com Adão; recriado em Cristo!
É uma questão de Fé!

"Os próprios Apóstolos e discípulos mais próximos sentiram essa dificuldade."

Sentir-se amado por Deus, saber-se discípulo amado, é a entrada, é a chave para o reconhecer ressuscitado. Racionalmente era mais lógico procurá-lo entre os mortos ou pensar que alguém podia ter roubado o corpo. O discípulo que se reconhece amado, viu e acreditou. (Este ver vê-se melhor com os olhos fechados e no silêncio).
(*) Do Mistério da Fé, de Cristo -- a Palavra -- (com maiúscula), apenas podemos falar com as nossas palavras, com minúscula.

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